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Depois da demissão, bancada feminina exige posicionamento do governo
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Membros do Parlamento expressam insatisfação com alterações no alto escalão que afetaram mulheres e, pressionam por recomposição. Lula diz 'disposição política' para elevar participação feminina.
- Por Camilla Ribeiro
- 29/10/2023 14h37 - Atualizado há 1 ano
Já com a terceira demisso de uma mulher de alto escalão do governo, a bancada feminina de base de apoio político do governo no Congresso tem expressando descontentamento em relação às trocas feitas pelo Palácio do Planalto.
Além disso, há também uma preocupação pelas substituições por indicações de partidos do Centrão, anteriormente aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A economista Rita Serrano foi demitida da presidência da Caixa na quarta-feira (25) para ser substituída por Carlos Vieira Fernandes, escolha do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
O PP auxiliou Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.
Antes de Serrano, Daniela Carneiro (ex-Turismo) e Ana Moser (ex-Esporte) foram sucedidas a dois parlamentares homens indicados pelo União Brasil e PP, partidos que fazem parte do Centrão.
A justificativa do governo está atrelada a necessidade de obter maior apoio do Congresso.
De acordo com a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS), a demissão da presidente da Caixa “é lamentável”.
Essa ação enfraquece uma das promessas de Lula durante a campanha eleitoral, que era de aumentar a participação feminina no governo.
“Partidos que até ontem estavam com Bolsonaro estarão em postos chave do governo, como um banco público, responsável por projetos sociais. Vai na contramão da política que queremos, fortalece o fisiologismo e enfraquece a paridade de gênero na política e no alto escalão, pauta pela qual lutamos há tanto tempo”, relatou.
Mesmo com as substituições, o governo Lula, atualmente, possui nove mulheres liderando pastas da Esplanada, número maior que as gestões anteriores.
Conherça as ministras do governo Lula:
•Cida Gonçalves (Mulheres);
•Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação);
•Sonia Guajajara (Povos Indígenas);
•Anielle Franco (Igualdade Racial);
•Nísia Trindade (Saúde);
•Margareth Menezes (Cultura);
•Esther Dweck (Gestão e da Inovação em Serviços Públicos);
•Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima);
•Simone Tebet (Planejamento).
‘Cobrança permanente’
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) diz que tem expectativa que o governo possa recompor os cargos perdidos por mulheres no alto escalão.
“É escolha dele (Lula) as posições de proa do governo, mas nós mulheres não podemos ocultar nossa insaturação. A cobrança é permanente.”, disse.
“No parlamento, entre as mulheres da base do governo, a posição é cotidiana para a ocupação de mais mulheres em posições de proa no governo. Há ainda muita pressão para o silenciamento das mulheres na política”, finalizou.